Federação quer ver “condições de evolução” nas discussões com o ministério e não apenas uma “ritualização” da negociação.

Acabou-se a paciência da Federação Nacional da Educação (FNE) para com o ministério da Educação. Para já, a federação junta-se à greve por distritos e à manifestação de professores marcada para o dia 11 de fevereiro e não descarta deixar o ministro a falar sozinho.

Em declarações à TSF, João Dias da Silva explica que o limite da paciência foi ultrapassado esta quarta-feira, depois de uma reunião com o ministro da Educação, João Costa. A FNE ponderará “se, perante os documentos apresentados pelo ministério, estaremos perante meros aspetos decorativos e de ritualização de uma negociação em vez de aprofundar e criar condições de evolução em relação às matérias mais significativas”.

FNE reforça aviso: ou se evolui nas reuniões, ou vale mais assinar a “ata de desacordo”.

Feita esta análise, explica o secretário-geral, a federação decide “se vale a pena participar” nas reuniões de negociação, que não deixa de sublinhar um aviso: “Já tínhamos dito ao ministro da Educação que se as reuniões não fosse para produzir e terem evolução, mais valia fazermos rapidamente a ata de desacordo.”

A FNE acompanha as greves por distrito que já estão em prática por parte da Fenprof e de outros sindicatos até 8 de fevereiro. Quanto à emissão de um pré-aviso “para as datas que ainda sobrarem ou para outras circunstâncias consideradas oportunas”, a questão fica ainda em análise.

No momento atual, e porque os pré-avisos “abrangem qualquer trabalhador que nesse dia esteja em greve”, a apresentação de um pré-aviso, para já, pela FNE “seria apenas simbólico e para uma manifestação de identidade”.

FNE assinala que os pré-avisos em vigor já abrangem os professores em greve.

Quanto à manifestação de professores de 11 de fevereiro, em Lisboa, a FNE vai também marca presença. A decisão foi tomada, por unanimidade, pela Comissão Executiva da FNE, que esteve reunida na noite de quarta-feira, depois da reunião com o ministro da Educação da terceira ronda negocial da revisão do regime de recrutamento e mobilidade do pessoal docente.

No final do encontro com a tutela, o secretário-geral da FNE disse aos jornalistas que as propostas apresentadas por João Costa ainda eram “bastante poucochinho”, mas manifestou-se otimista quanto ao futuro das negociações sobre o tema.

Ainda assim, não afastou o recurso a outras formas de luta, incluindo a greve, para “dar força à negociação” e porque o Ministério da Educação não ofereceu respostas para um conjunto de outras reivindicações.

Fonte: TSF por Rui Polónio com Gonçalo Teles

Fotografia © Filipe Amorim/Global Imagens (arquivo)

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